História das rosas

Sempre desejei uma chuva de pétalas só pra mim. Então plantei centenas de roseiras ao redor de minha casa.
Decidi que em algum dia especial em minha vida, ainda não sabia qual, eu colheria todas as rosas e jogaria as pétalas para o alto, formando assim uma linda chuva sobre mim.
Passei a cuidar das roseiras com muito carinho, irriguei, adubei, e dediquei carinho. Milhares de rosas desabrocharam. E fiquei esperando ansiosa pelo dia perfeito.
Vi que meu aniversario não era importante suficiente, e ele passou quase que despercebido. As notas boas da faculdade eram menos especiais ainda.
Assim, os dias foram passando, e eu via as pétalas caindo no chão, e não tinha nenhum motivo para comemorar.
Fiquei triste em ver minhas pétalas tão desejadas apodrecendo no chão. Fui perdendo totalmente o entusiasmo, deixei de cuidar de minhas roseiras.
Em pouco tempo as formigas haviam devorado o que havia restado das pétalas, assim como também folhas e galhos.
Uma amiga chegou a mim, muito surpresa com o estado das roseiras, e contou-me o quão agradável elas eram. E que a beleza e o cheiro suave agradavam a quem passava por ali.
Fiquei realmente sentida por ter abandonado minhas roseiras tão lindas. E foi então que percebi que assim como as rosas, acabei deixando de lado muitos sonhos.
O que importa na verdade não era a chuva de pétalas, pois aconteceria em alguns segundos apenas, mas sim todos os momentos agradáveis que passei cultivando as rosas. E o que dia mais importante sempre é ‘hoje’, pois o ontem já passou, e o amanha não nos promete nada.
Nem sempre alcançar o que desejamos é tão importante quanto todo o esforço que fizemos. E é isto que devemos lembrar quando as coisas não dão certo. Na frustração de não chegar, esquecemos do caminho agradável e bonito que percorremos.