segunda-feira, 6 de julho de 2009

respingos de sangue



Hoje eu vi o que ninguém viu. Vi nos fundos do cinema. No lado de fora. Eu saí pela porta dos fundos. Não lembro muito bem. Mas presenciei tudo. Espirrou sangue na parede. Espirrou sangue em mim. Na minha roupa nova. A roupa que comprei pra ir ao cinema. Eu vi. Deceparam sua cabeça. Nossa! Deceparam a cabeça dele e eu vi. E espirrou sangue. Cortaram o pescoço com um só golpe. Uma espada. Usaram uma espada igual ao do japa da esquina. Ainda não acredito. Deceparam a cabeça dele. Que horror! Quem seria ele, a vítima? Me pergunto ainda, e não sei a resposta. Não tive coragem nenhuma de ver seu rosto. A cabeça estava separada do corpo. O pescoço partido. Sangue. Sangue na parede. E respingos em minha roupa. Não lembro direito. Ainda estou tonta. Não lembro nitidamente, só tenho uma vaga lembrança. Cheguei em casa, ainda não sei como. Tinha sangue em minhas mãos. Devo ter tocado... será que toquei nele? Não lembro de ter me aproximado do corpo, e nem da cabeça. Não lembro do assassino. Não consigo lembrar da imagem de quem fez isso. Eu tinha sangue nas mãos. E minha cabeça dói. Dói demais. Por que, diabos, eu tinha sangue em minha roupa? E onde eu estava? O filme acabou perto das 8 e meia. Cheguei em casa... não sei que horas. Acho que 10, ou mais não sei. Mas onde eu estava? Será que conto a alguém o que eu vi?! Não, não vou contar. Eu tive um sonho. Não lembro certo, mas acho que sonhei com isso. E eu segurava uma espada. Mas foi só um sonho. Foi um sonho. Eu sei que foi. Mas algo foi real, por que tem sangue na minha roupa. Mas eu não fiz nada. Isso foi um sonho. Eu acho.

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